Para tratar a compulsão alimentar é preciso primeiro reconhecer que se tem uma relação de descontrole com a comida ligado a fatores emocionais.
Já falamos melhor de como identificar os sintomas da compulsão alimentar no artigo: Compulsão alimentar: quando a relação com a comida é uma prisão.
Mas o que fazer a partir disso?
Listo abaixo 4 etapas do que fazer para tratar essa relação com a comida como válvula de escape:
1) Entender os sentimentos que são gatilho da compulsão: ansiedade, medos, angústias, preocupações, tensões.
Normalmente são diversos os fatores emocionais por trás da compulsão principalmente ligados a ansiedade e raivas acumuladas. Decepção em relação a si mesmo e às pessoas em volta e “engolir muito sapo” são causas importantes da compulsão.
Perguntar-se “como estou me sentindo agora?” no momento da compulsão pode ajudar a identificar tais sentimentos.
2) Associação da compulsão com o perfeccionismo
Ter expectativas muito elevadas em relação a si próprio (“tenho que ser o melhor”, “tenho que ser perfeito”) acarreta uma frustração e uma montanha-russa emocional intensa e é um terreno fértil pro descontrole em relação à comida.
É a relação de “tudo ou nada” que falamos em outros posts: “ou sou perfeito e alcanço exatamente o que quero” ou “me sinto o último mortal da Terra”.
Aceitar as imperfeições da vida (e do próprio corpo) e encarar de forma mais leve os próprios erros ajuda a tornar a vida mais palatável.
3) Lidar com as explosões de raiva
Pessoas que sofrem de compulsão alimentar normalmente são pessoas que “engolem sapo” nas interações sociais e/ou que tem arroubos de raiva.
É interessante pensar também que muitas vezes uma baixa autoestima encobre camadas de raiva engolidas.
Aceitar que as pessoas são diferentes e que não se tem muitas vezes controle sobre a opinião do outro, só sobre o próprio desejo ajuda a a desconstruir essa postura tão onipotente nas relações.
4) Libertar-se da culpa
Sente-se culpa por não ser perfeito, por ter decepcionados as pessoas em volta, por não ter cumprido em relação as próprias expectativas (em relação à família, trabalho, questões financeiras).
Acredito que sempre fazemos o melhor possível com os recursos que temos.
Libertar-se do perfeccionismo, do papel de vítima nas relações e acolher as próprias dores e defeitos pode ajudar a buscar uma vida mais leve.
Por que não começar agora?